quinta-feira, 25 de abril de 2024

Facção do STF dá prêmio para jornalistas que mais elogiaram o STF e adivinha quem ganhou!

Fernão Lara Resende - 'Um Pingo de Liberdade'

'Oeste Sem Filtro' - Augusto Nunes, Silvio Navarro, Adalberto Piotto, Rodrigo Constantino e Paula Leal comentam reunião de facção do 'cartel Lula-STF' em Londres. Eles tentam explicar a ditadura que instalaram no Brasil e que escandaliza o mundo civilizado

'Um prêmio merecido', diz Rodrigo Constantino

 

Ministros do STF durante lançamento do prêmio, em setembro do ano passado.| Foto: Divulgação/STF


"Deputada bolsonarista faz fala xenofóbica ao comparar SC com o Maranhão: 'Tem mais gente no Bolsa Família que CLT'". Essa é a manchete do Globo, que tinha o seguinte subtítulo: "O comentário preconceituoso de Júlia Zanatta (PL-SC) foi rebatido no colegiado da CCJ". Fala xenófoba? Comentário preconceituoso? Mas não é apenas... um dado?

Barbara, do canal TeAtualizei, comentou: "A realidade é ofensiva. Reescreva-a". E esse parece ser o mote da velha imprensa, em especial a mais esforçada de todas em "empurrar a história". Trocam-se os fatos por narrativas. Se a realidade vai contra a ideologia, pior para ela. O objetivo não é retratar da forma mais fiel possível o mundo, fazer jornalismo, mas sim "mudar a história".


O STF vai julgar quem está fazendo "jornalismo" satisfatório agora? Como ficaria a imparcialidade na hora de cobrir... o próprio Poder Judiciário?


No caso do bolsonarismo, essa substituição da cobertura mais imparcial por uma militância partidária atingiu patamares bem toscos. Colunistas como Miriam Leitão viraram "memes" ambulantes, com piadas prontas ao tentar aliviar a barra do petismo e demonizar seu maior adversário. A apresentadora Daniela Lima vai na mesma linha.

Por isso ninguém ficou chocado com a descoberta de que a TV Globo e a Globo News venceram o Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário. Que o Poder Judiciário tenha um prêmio desses já é coisa um tanto surreal, digna de distopias totalitárias. O STF vai julgar quem está fazendo "jornalismo" satisfatório agora? Como ficaria a imparcialidade na hora de cobrir... o próprio Poder Judiciário?

Parece tudo um grande deboche, um escárnio, um acinte. Ministros supremos rasgam a Constituição da qual deveriam ser os guardiões, e militantes disfarçados de jornalistas aplaudem e chancelam o abuso de poder em nome do combate às Fake News, ao discurso de ódio e ao golpismo fascista. É tudo tão patético que até seria cômico, não fosse tão trágico para a democracia que alegam defender.

Mas uma coisa devemos admitir: o tal prêmio é merecido mesmo! Afinal, os magistrados ativistas devem reconhecer o empenho dos veículos de comunicação ao defender o indefensável. Fosse na antiga União Soviética, o Pravda seria o vencedor deste prêmio. Fosse em Cuba, o Granma. É justo, portanto, que a Globo seja a vencedora no Brasil...



Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo

J.R. Guzzo: Nova sintaxe ideológica: liberdade de expressão agora é “coisa de direita”

 

Musk era de esquerda quando seu nome vinha junto de “carro elétrico”. Ficou de direita quando comprou o Twitter| Foto: EFE


No ambiente mental cada vez mais idiota em que se encontra o debate político geral, no Brasil e no mundo, está sendo formada uma nova e neurastênica divisão entre coisas de “esquerda” e coisas de “direita”. Era mais fácil, antigamente, separar umas das outras.

Esquerda era ditadura do proletariado, socialização dos meios de produção, propriedade coletiva e mais do mesmo; um calouro de centro acadêmico aprendia isso tudo em cinco minutos. Direita era o capitalismo, a propriedade privada e o imperialismo americano. Hoje, porém, está tudo mais complicado. Há novidades, muitas vezes inesperadas, em torno do que é de esquerda ou de direita – e as pessoas que querem estar num dos dois lados precisam ficar atentas para não acabar, por falta de informação, no campo contrário.


São de direita os pagadores de imposto, os garimpeiros e os motoboys que não querem carteira assinada.


Não pergunte por que, exatamente, tal coisa é de esquerda ou de direita – muitas vezes não há resposta racional para esse tipo de pergunta. É mais prático seguir a classificação oficial em vigor no momento, e que está disponível na mídia, nas mesas redondas de televisão e nas conversas de pessoas tidas como inteligentes. Elon Musk, por exemplo, para se ficar no personagem mais falado do momento: não há nada mais de direita, ou mesmo de “extrema direita”, do que ele. Na verdade, Musk é um retrato perfeito da nova sintaxe ideológica.

Era de esquerda quando seu nome vinha sempre acompanhado das palavras “carro” e “elétrico” – porque o carro elétrico, já pode tomar nota, é de esquerda. Ficou de direita quando comprou o Twitter por 45 bilhões de dólares e acabou com a censura interna na plataforma – que, justamente, era de esquerda até então, mas virou de direita quando Musk introduziu ali a liberdade de expressão. Ponha na sua lista, a propósito: liberdade de expressão é uma das coisas mais de direita que se pode encontrar no mundo de hoje.


São de esquerda a abóbora orgânica, as multinacionais que acham o Brasil incapaz de cuidar da Amazônia e o futebol feminino.


Da mesma forma, são claramente de esquerda a máscara da Covid, a “crise do clima” e os moradores de rua. São de direita os “agrotóxicos”, as pessoas que não devem nada e os que vão a manifestações de rua na Avenida Paulista ou na Praia de Copacabana – estes, inclusive, podem até pleitear um certificado de “fascista” junto ao STF. Os negros são de esquerda, os brancos são de direita. São de esquerda a abóbora orgânica, as multinacionais que acham o Brasil incapaz de cuidar da Amazônia e o futebol feminino.

São de direita os pagadores de imposto, os garimpeiros e os motoboys que não querem carteira assinada. As “mulheres” são de esquerda. Os “homens” são de direita. As ciências humanas são de esquerda. As ciências exatas são de direita. O Nordeste e a Polícia Federal são de esquerda. O Sul e a PM de São Paulo são de direita, com viés de “extrema direita”. Há, enfim, as balas perdidas. O ex-governador João Doria, por exemplo, é de esquerda.

É preciso estar atento, também, às variações sobre um mesmo tema. Um caso típico, aí, é o da vacina, hoje um dos assuntos mais apaixonantes do confronto ideológico através do mundo. A vacina está sendo “ressignificada”, como diria Janja; pode ser de esquerda ou de direita, conforme a doença. Preste atenção para não confundir uma com a outra, pois escolher o lado errado da contradição histórica, nesse caso, pode lhe custar um inquérito na Polícia Federal.

Se a vacina é contra a Covid, pode cravar, tranquilo – ela é de esquerda. Já a vacina da dengue, que o governo Lula não consegue aplicar, é de direita. No mais, em caso de dúvida, consulte um jornalista – como a OAB aconselha que se consulte sempre um advogado. Com certeza ele lhe mostrará a escolha correta.



J.R. Guzzo, Gazeta do Povo

Paulo Figueiredo Show - Ep. 44 - Congresso Americano Aumenta Pressão em Alexandre de Moraes

'Oeste Sem Filtro' - Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Silvio Navarro, Adalberto Piotto, Rodrigo Constantino e Paula Leal comentam o cerco ao 'cartel Lula-STF' pelo lado decente da sociedade, nacional e internacional