domingo, 29 de dezembro de 2013

Em balanço de fim de ano na TV, Dilma ignora pactos, critica pessimistas e promete 2014 melhor
 


Marina Motomura
Do UOL

Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite deste domingo (29), a presidente Dilma Rousseff fez um balanço das ações de seu governo durante o ano. Dilma ignorou os cincos pactos que ela mesma propôs em resposta às manifestações de rua de junho, criticou duramente a "guerra psicológica" na economia e prometeu melhoras no padrão de vida dos brasileiros em 2014.

A única menção aos protestos durante o pronunciamento, que tem mais de 11 minutos, é curta. "Ampliamos nosso diálogo com todos os setores da sociedade e escutamos seus reclamos, implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos", afirma.

As manifestações que tomaram as ruas do país levaram a presidente a lançar cinco pactos. Nesta última prestação de contas, ao contrário do que vinha fazendo em pronunciamentos anteriores, a presidente não fez o balanço de cada um dos pactos – pela educação, pela reforma política, pela saúde, pelo transporte público e pela responsabilidade fiscal. A maioria deles não saiu do papel, com exceção do programa Mais Médicos e das destinações de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade para algumas capitais investirem em transporte coletivo.

Viagens de Dilma em 2013

 
  • Arte/UOL Veja os locais, no Brasil e no exterior, visitados pela presidente neste ano

Dos cinco itens, a presidente só mencionou três no programa de hoje: a educação, a saúde e a reforma política. As melhores em transporte público e o esforço pela responsabilidade fiscal foram deixados de lado do texto que foi ao ar.

Em outubro, ao sancionar o Mais Médicos, e em setembro, em pronunciamento, Dilma havia feito uma "retrospectiva" dos pactos lançados por ela, o que não foi feito agora.

Apesar de ter ignorado os protestos no discurso, a presidente admite que o ano foi marcado por dificuldades. "As dificuldades que enfrentamos aqui dentro e lá fora não foram capazes de interromper o ciclo positivo que vivemos e que tem garantido que a vida dos brasileiros melhore gradativamente a cada ano", disse.

"Graças ao esforço de todas as brasileiras e de todos os brasileiros, o Brasil termina o ano melhor do que começou."

A presidente garante que o ano de 2014 trará melhoras para o país. "Sinto alegria de poder tranquilizar vocês dizendo-lhes que entrem em 2014 com a certeza de que o seu padrão de vida vai ser ainda melhor do que você tem hoje", prometeu.

Com projeções de estatísticas sobre economia na tela da TV, a presidente fez um balanço dos indicadores econômicos, citando "uma das menores taxas de desemprego do mundo" e admitindo que houve "problemas localizados" no combate à inflação.

Mais uma vez, Dilma criticou aqueles que veem a economia com pessimismo e defendeu que se aja sempre "de forma produtiva e positiva". "Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor. (...) Se alguns setores, seja por que motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas."

Saúde, educação e minorias

No balanço, gravado no Palácio do Planalto, Dilma dedicou-se ainda a falar sobre saúde e educação. "Não perderemos jamais nossa disposição de lutar para que o povo brasileiro tenha uma saúde e educação de mais qualidade hoje e no futuro. Por isso, no orçamento do próximo ano os setores que tiveram mais aumento foram justamente a saúde, a educação e o combate à pobreza."

Pronunciamento na TV

Existem poucos lugares no mundo onde o povo tenha melhores condições de crescer, melhorar de vida e ser mais feliz

Dilma Rousseff, presidente


Ela lembrou o programa federal Mais Médicos, e prometeu dobrar o contingente até março de 2014 – dos atuais 6.658 profissionais, haverá 13 mil no terceiro mês do próximo ano.

Na área da educação, a presidente citou vagas em creches, o Pronatec e o programa Ciência Sem Fronteiras.

A presidente cita ainda minorias, como índios e quilombolas. "O Brasil tem buscado apoiar fortemente suas populações tradicionais, em especial os grupos indígenas e os quilombolas."

A presidente encerra o pronunciamento dizendo que "existem poucos lugares no mundo onde o povo tenha melhores condições de crescer, melhorar de vida e ser mais feliz. É isso que sinto Brasil afora, é isso que sinto coração adentro."

Dilma Rousseff

29.dez.2013 - Em balanço de fim de ano na TV, a presidente Dilma Rousseff critica pessimistas e promete 2014 melhor Reprodução/NBr