quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa recomendou contratação de empresa de Youssef, doleiro da gangue de Lula

Jailton de Carvalho - O Globo

 
  • Empresa que teria sido usada para repassar R$ 26 milhões ao doleiro confirma participação de Paulo Roberto Costa na contratação de outras empresas de Youssef
 
 
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa indicou a MO Consultoria e a GFD Investimentos, empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, para fazer contratos com a Sanko Sider. A Polícia Federal suspeita que o consórcio Camargo Correa, responsável pela obras de construção de parte da refinaria Abreu e Lima, tenha usado a Sanko Sider para repassar R$ 26 milhões para Youssef e para Costa. Para a polícia, a MO é uma empresa fictícia e teria sido usada por Youssef para lavar dinheiro de propina, conforme consta em relatório que deu base a um dos processos contra o doleiro e o ex-diretor da Petrobras.

A informação sobre a participação de Paulo Roberto Costa na contratação da MO e da GFD foi confirmada pela Sanko, empresa de comércio de tubos e conexões que tem, entre seus principais clientes, fornecedores de serviços da Petrobras. A Sanko informou também que em 2012 fez contrato com a Costa Global, empresa do ex-diretor da Petrobras. A Costa Global teria sido contratada logo depois do ex-diretor deixar a estatal. Costa e Youssef são hoje os dois principais alvos da Operação Lava-Jato, investigação sobre lavagem de dinheiro e corrupção, entre outros crimes.

— Ele (Paulo Roberto Costa) foi uma das pessoas ouvidas (antes da contratação da MO). Ele também foi contratado. Ele também indicou a GFD para fazer vendas — disse ao GLOBO um representante da Sanko.

A Sanko nega que tenha cometido qualquer irregularidade. Costa foi diretor da Petrobras de 2008 até 2012. Neste período, a Sanko fez 70 pagamentos de R$ 26 milhões para a MO que, segundo a polícia, é uma empresa de fachada. A suposta participação de Costa na contratação da MO e da GFD reforçam as evidências da sociedade entre o doleiro e o ex-diretor, inclusive no período em que ele estava num posto estratégico da estatal.