domingo, 29 de junho de 2014

'Em São Paulo não há lugar para esperteza', diz Alckmin

Bruna Fasano - Veja


Em visível mudança de tom, governador critica adversários em convenção que oficializou sua candidatura à reeleição


Aécio Neves na convenção do PSDB-SP que oficializou a candidatura de Geraldo Alckmin ao governo do estado
Aécio Neves e Geraldo Alckmin na convenção do PSDB que oficializou a candidatura do governador à reeleição(Divulgação/PSDB)
Em discurso na Convenção Estadual do PSDB que confirmou seu nome como candidato à reeleição, o governador Geraldo Alckmin não poupou críticas aos adversários e afirmou que “São Paulo é grande demais, importante demais para ser alvo de espertezas”. “São Paulo não pode ser vítima da incompetência nata do PT em matéria de administração. São Paulo não quer esperteza ou atalhos, quer responsabilidade", acrescentou, em uma visível mudança de tom.
O governador também bateu no que chamou de "contabilidade criativa”, uma crítica indireta à equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, e afirmou que São Paulo tem contas públicas equilibradas e transparentes, destacando o investimento em programas voltados para a população de baixa renda. "Somos o único Estado que coloca 1% ICMS para quem não tem casa, no maior programa habitacional do país".
Segundo o Datafolha, o principal opositor de Alckmin neste momento é o presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB), que marca 21% das intenções de voto. Mas o bombardeio esperado deverá partir do candidato do PT ao governo, o ex-ministro Alexandre Padilha, que aparece com 3%. Alckmin tem 44% das intenções de voto e tentará manter a hegemonia do partido no Estado.
O evento deste domingo na capital paulista reuniu os caciques do partido. Estiveram presentes o candidato à Presidência da República, Aécio Neves, o ex-governador e provável candidato a deputado federal José Serra e os secretários de governo Edson Aparecido (Casa Civil) e Julio Semeghini (Planejamento). Aécio fez um discurso com foco no governo federal: "Me deem a eleição em São Paulo que lhes darei uma nova Presidência da República", disse. José Serra afirmou que o PSDB não tem vergonha de seu passado, alfinetando petistas. Ele acrescentou que o PT nunca foi uma sigla "socialista" ou de "esquerda", classificando a legenda de "partido autoritário que manipula os interesses do país”.
Como esperado, o deputado Márcio França, do PSB de Eduardo Campos, foi confirmado como candidato a vice-governador na chapa de Alckmin. Ele criticou veladamente o PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab, que desembarcou na sexta-feira da aliança com os tucanos, que era dada como certa, e fechou apoio ao PMDB, que terá como candidato Paulo Skaf. "Que bom que nós conseguimos purificar a nossa canoa. Porque na nossa canoa havia gente que não cabia direito nesse padrão. Que bom que escolheram outros caminhos. Vão se sentir melhor por lá certamente", atacou.


O time de Alckmin

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Edson Aparecido

Principal articulador político de Alckmin, é secretário da Casa Civil do governo paulista. Deputado federal licenciado, Aparecido é um dos fundadores do PSDB. Já foi Secretário do Desenvolvimento Metropolitano de São Paulo e atuou também na coordenação de campanhas de Mario Covas e do próprio Alckmin. É um dos nomes mais cotados para coordenar a campanha.