quarta-feira, 30 de julho de 2014

Superávit do governo Dilma cai pela metade no primeiro semestre

 

Laís Alegretti, Renata Veríssimo - Agência Estado
                                                          

Resultado do semestre é o menor desde 2000; contas do governo central registraram maior déficit para meses de junho da história e complicaram o cumprimento da meta


No acumulado do primeiro semestre de 2014, as contas do governo central apresentaram superávit de R$ 17,2 bilhões, o equivalente a 0,69% do PIB. Apesar de positivo, o valor representa queda é de 50,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o superávit acumulava no mesmo período R$ 34,5 bilhões.


Além disso, este é o menor superávit para primeiros semestres desde o ano 2000, quando o superávit de janeiro a junho foi de R$ 15,4 bilhões.

O resultado engloba o desempenho das contas do Tesouro, INSS e Banco Central.

Em junho, as contas do governo central encerraram com o pior resultado da história para o mês, ao registrar mais despesas que receitas, acumulando um déficit de R$ 1,9 bilhão. A série histórica do governo começa em 1997. Em meses de junho, apenas em 2009 e 1998 o governo central havia registrado saldos negativos. O pior resultado, até agora, havia sido em 1998, com um déficit de R$ 1,8 bilhão.

Meta. O governo central terá que fazer um superávit de R$ 21,7 bilhões em julho e agosto para conseguir atingir a meta do segundo quadrimestre, que é de saldo positivo de R$ 39 bilhões. Em apenas dois meses, esforço terá que ser maior que todo o acumulado de janeiro a junho. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Tesouro Nacional.

A meta para todo o ano é de um superávit de R$ 80,7 bilhões para o governo central. Com a arrecadação subindo menos que o previsto, o governo terá que contar com receitas extraordinárias do Refis para atingir a meta no segundo quadrimestre. O mercado já coloca em dúvida a capacidade do governo de entregar a meta prometida para esse ano. Incluindo Estados e municípios, a meta do setor público consolidado em 2014 é de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB.

Os investimentos totais do governo federal registraram uma alta de 21,7% de janeiro a junho deste ano. No período, somaram R$ 40,4 bilhões. Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que podem ser abatidos da meta fiscal, alcançaram até junho R$ 28,8 bilhões, com alta de 26,9%.

Receitas. O Tesouro registrou em junho um superávit de R$ 2,3 bilhões e a Previdência, um déficit de R$ 4,5 bilhões. Já as contas do Banco Central tiveram um superávit primário de R$ 183,7 milhões.

O resultado ficou dentro do intervalo das expectativas do mercado. O levantamento do AE Projeções apontava para um déficit de R$ 5,1 bilhões a superávit de R$ 3,5 bilhões. O resultado em junho foi um pouco melhor que a mediana negativa de R$ 2 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre de 2014, o superávit soma R$ 17,2 bilhões, o equivalente a 0,69% do PIB. O valor também é o pior para primeiros semestres desde o ano 2000, quando o superávit de janeiro a junho foi de R$ 15,4 bilhões. A queda é de 50,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o superávit acumulava no mesmo período R$ 34,5 bilhões.

Segundo os dados, o Tesouro apresenta um superávit de R$ 40,2 bilhões no acumulado do ano. Já as contas da Previdência registram um déficit de R$ 23,1 bilhões e o BC acumula um saldo positivo de R$ 185,6 milhões. De janeiro a junho, enquanto as despesas registraram alta de 10,6%, as receitas avançaram 7,2%.