sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

PMDB envolvido com a quadrilha Lula-Dilma indica Renan Calheiros à reeleição da Presidência do Senado

Criane Jungblut 

Dos 19 senadores peemedebistas, 15 votaram a favor de Renan


Reunião da Bancada do PMDB no Senado
Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
Reunião da Bancada do PMDB no Senado - Ailton de Freitas / Agência O Globo


A bancada do PMDB decidiu nesta sexta-feira pela indicação do senador Renan Calheiros (AL) à reeleição da Presidência do Senado. Dos 19 senadores peemedebistas, 15 votaram a favor de Renan. Demonstrando toda sua força, Renan obteve o apoio maciço da bancada para concorrer ao quarto mandato como presidente da Casa. Quanto à candidatura do senador Luiz Henrique, Renan disse dentro do encontro que “tentou de tudo” para fazer um acordo e disse que o Congresso não pode ser pautado por “projetos pessoais ou candidaturas avulsas”. Renan venceu as eleições de 2005, 2007 e 2013.

- O Congresso não caminha por projeto pessoais ou candidaturas avulsas. É fundamental não revogar as normas que fazem com que o Parlamento caminhe. O PMDB é um partido grande, democrático, acabou de se manifestar com 15 senadores, de uma bancada de 19, ou seja, quase 80% da bancada. E não é divisão, é democracia - disse Renan.

Em mais uma esticada em Luiz Henrique, Renan disse que é preciso respeitar o direito de o PMDB indicar o nome para presidir o Senado, como maior bancada. A crítica é também para os demais partidos, que deram apoio à candidatura de Luiz Henrique. Ao todo, sete partidos prometeram votos em Luiz Henrique, mas nos bastidores admitem que haverá traições.

- O PMDB conquistou o direito de indicar o nome nas urnas. A pretexto de nenhum, ninguém pode revogar um direito que o PMDB conquistou. O papel do PMDB como maior bancada é insubstituível. É preciso respeitar a proporcionalidade e aceitar as indicações dos partidos - disse Renan.

O senador tentou justificar a demora para se oficializar candidato. Ele chegou a ser chamado de “candidato em off“ pelos colegas.

- O papel do presidente do Senado é complexo. Não pode se colocar como candidato atropelando eventual e legítimo interesse que, por ventura, exista dentro da bancada. Primeiro precisa da indicação da bancada para depois procurar os outros partidos - argumentou.

Numa reação ao fato de que Luiz Henrique se transformou no candidato da oposição, Renan disse que a “caracterização” de candidaturas é um processo ruim para o Senado.
- A caracterização de candidatura estreita, apequena a disputa - disse Renan.

Renan disse que é “o melhor candidato” para enfrentar o momento complexo do país.

Os aliados compareceram em peso ao encontro. Até mesmo o senador Roberto Requião (PMDB-PR), um crítico da cúpula, deu seu apoio a Renan, alegando que Luiz Henrique se transformou no candidato da oposição, com apoio do PSDB e DEM.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) se licencou do cargo de ministra e vai votar na eleição. Dos 15 apoiadores, dois deles manifestaram o apoio por carta, porque estavam ausentes: Jader Barbalho e Raimundo Lira (PMDB-PB).

Na reunião, o senador Eunício Oliveira (CE) foi reconduzido à liderança do partido no Senado. Mais cedo, o senador Luiz Henrique oficializou sua candidatura. Renan espera contar entre 50 a 55 votos no Plenário.