Quarenta dias depois de assumir o Ministério da Fazenda, Joaquim Levy virou uma espécie de corpo estranho no governo.
Levy vem fazendo tudo o que se esperava dele, mas as resistências claramente se avolumam, seja por parte dos parlamentares, seja dos próprios colegas de ministério.
Levy está onde está para, entre outras missões, alcançar o superávit nas contas públicas. Na teoria, é o que tem que ser feito mesmo. Na prática, seus colegas de ministério têm feito muxoxos pelos cantos.
Um chororô que pode ser assim resumido: o superávit do Joaquim Levy será alcançado às custas dos projetos do meu ministério.
A frase transportada para o Congresso fica assim: o superávit do Levy será feito às custas das minhas emendas.
Ninguém nunca imaginou – muito menos o ministro – que sua tarefa seria concluída sem choques.
A tarefa de Levy é gigantesca. Ele ainda nem começou direito a caminhada. Ainda tem muita notícia ruim a ser anunciada antes de aparecerem as boas.
Por isso, é inquietante que o grau de oposição que se avoluma já esteja em patamar tão elevado. Dentro do governo e no Congresso.