quinta-feira, 30 de abril de 2015

Confiança da indústria recua 22,7% em um ano, segundo a Fundação Getúlio Vargas

Karla Spotorno - O Estado de São Paulo

Com o resultado, o índice atinge o menor nível da série mensal, iniciada em outubro de 2005

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,4% em abril ante março, passando de 75,4 para 72,8 pontos, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice atinge o menor nível da série mensal, iniciada em outubro de 2005. Na comparação com abril de 2014, o ICI recuou dramáticos 22,7%. 
De 14 segmentos pesquisados no indicador, 10 registraram queda. O novo recuo na confiança do empresário industrial é, segundo a FGV, resultado de expectativas pessimistas para o horizonte de três a seis meses. A avaliação sobre a atual situação do negócios melhorou. Na passagem de março para abril, o Índice de Expectativas (IE) caiu 7,8%, passando a 69,6 pontos. Já o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 1,1%, para 76,1 pontos. 

"Diante do nível extremamente fraco da demanda interna e de nova rodada de aumento de estoques, o setor ainda não vê perspectivas de melhora nos três meses seguintes e continua projetando ajustes no nível de produção e no quadro de pessoal neste horizonte de tempo", diz, em nota, Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para ciclos econômicos da FGV/IBRE.  
Expectativa para a produção. A maior contribuição para a queda do IE e que respondeu por 25% da queda do ICI foi do indicador de "produção prevista". Esse dado registrou um recuo de 13,6% sobre o mês anterior, passando a 90,7 pontos. A proporção de empresas prevendo aumentar a produção nos três meses seguintes caiu de 26,9% para 13,4% entre março e abril; já a parcela das que esperam reduzir a produção aumentou de 21,9% para 22,7% no mesmo período.  
No ISA, o único quesito que contribuiu para a resultado positivo do ISA em abril foi o indicador que mede a satisfação com o ambiente geral de negócios (8%). A proporção de empresas avaliando a situação atual dos negócios como boa aumentou de 4,7% para 8,1%, enquanto a parcela de empresas que a avaliam como fraca diminuiu, ao passar de 39,9% para 38,1%. A FGV também informou que entre fevereiro e março o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) diminuiu 0,5 ponto porcentual, para 79,9%. Segundo a FGV, é o mesmo patamar de julho de 2009.