sábado, 30 de maio de 2015

Governo Dilma padrão Fifa: reeleição de Blatter também sob suspeitas

Com Blog Rodrigo Constantino - Veja


Dilma e Blatter: a taça é nossa!
Não havia escrito nada ainda sobre o escândalo da Fifa por um motivo muito simples: praticamente não acompanho futebol. Não é implicância minha ou porque não goste, e sim por falta de tempo mesmo. Alguns leitores me perguntam como faço para ler tantos livros e escrever tantos textos. Pois bem, eis a resposta: não vejo futebol nem novelas. Faz a conta de quanto tempo isso me economiza!
No mais, tanta gente estava falando do escândalo, em destaque em todos os jornais e blogs, que não vi necessidade de participar da festa. Mas, felizmente, tenho familiares que são apaixonados pelo futebol e me mantêm informado. Por isso chegou ao meu conhecimento o desabafo feito pelo ex-jogador português Luís Figo, que era candidato à presidência da Fifa, mas depois retirou sua candidatura:
É um dia negro em Zurique. Se o senhor Blatter estivesse minimamente preocupado com o futebol, teria desistido desta reeleição. Se ele tiver um mínimo de decência, renunciará nos próximos dias. Ou ele conhecia e tolerava todos os atos de corrupção e tráfico de influências ou, se não sabia, como disse, é porque não tem a capacidade de liderar a Fifa. Perante tantas evidências, o fato de o responsável máximo pela Fifa ter chegado ao ponto de ter sido reeleito mostra como a organização está doente.
De quem Figo está falando mesmo? A qual reeleição ele se refere? Pois tive a nítida sensação de que o assunto não era mais futebol e Fifa, e sim política e Brasil. Troquem as palavras e vejam se não encaixa com perfeição. No lugar de Fifa coloquem Brasil, e no lugar de Blatter, bem, vocês sabem quem colocar. Dilma, se não sabia do petrolão, era uma cega, alienada, incapaz de liderar. Se sabia, como afirma o próprio doleiro do PT, então é cúmplice e deveria estar presa.
De qualquer jeito, jamais deveria ter sido reeleita! Figo está certo ao cobrar coerência e ética dos que pretendem comandar a Fifa, a entidade mais poderosa de futebol do mundo, logo, a mais poderosa, pois futebol não é paixão apenas nacional, e sim mundial. Não basta à mulher de César ser honesta; ela tem de parecer honesta. A reputação depende desses simbolismos, e uma organização ou um país se mostram doentes quando passam por cima disso.
Blatter ficou nas promessas, claro, o que também nos remete ao caso político brasileiro. Disse: “Eu assumo a responsabilidade por trazer a Fifa de volta. Estou convencido de que faremos isso. Sou um homem persistente. Disse a vocês, gosto de vocês, gosto do meu trabalho, gosto de estar aqui. Não sou perfeito, ninguém é. Então, eu agradeço. Prometo a vocês: no fim do meu mandato, darei a Fifa ao meu sucessor em uma posição muito forte. Uma Fifa que terá saído da tempestade”.
Acredite quem quiser. Há quem tenha acreditado até nela, a “presidenta” do estelionato eleitoral. A tempestade veio logo em seguida à sua reeleição. Se vamos atravessá-la e sair do outro lado mais fortes, isso eu não sei. Só sei que se depender da própria causadora da tempestade, isso não vai ocorrer. Afinal, Dilma já disse que tinha um governo padrão Felipão, e logo depois o Brasil levou de 7 da Alemanha (enquanto nossa economia levava de 8 da inflação). Dilma também já disse que tinha um governo padrão Fifa. Finalmente entendi o que ela quis dizer com isso…