sexta-feira, 31 de julho de 2015

‘Brasil exporta corrupção ao maior porto de Raúl Castro’, diz jornal mexicano

Com Blog Felipe Moura Brasil - Veja


Traduzo abaixo a reportagem do jornal mexicano La Razón sobre a corrupção no Porto de Mariel, em Cuba, uma obra no valor de US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões em empréstimos do BNDES.
Brasil Cuba jornal
Em janeiro de 2014, os presidentes do Brasil e de Cuba, Dilma Rousseff e Raúl Castro, inauguraram a Zona Econômica Especial no porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, como uma estratégia comercial conjunta.
Hoje, o projeto portuário de Castro está marcado por práticas ilegais e de má gestão dos recursos… da mesma forma que a paraestatal sul-americana, a Petrobras, é marcada por uma teia de corrupção que inclui os altos escalões do Partido dos Trabalhadores dominantes e o ex-presidente Lula da Silva.
Captura de Tela 2015-07-31 às 18.24.10
Duas nações vinculadas pela ilegalidade
“Os trabalhadores e os gestores têm de identificar e eliminar deficiências e comportamentos negativos, como a indisciplina, o desvio de recursos, o roubo, o controle insuficiente, a apatia, entre outros males que mancham a ética e a moral dos trabalhadores do setor diante dos investidores e clientes nacionais e estrangeiros, causando danos econômicos ao país e à própria comunidade de trabalho”, destaca o documento introdutório publicado pelo semanário da ilha ‘El Artemiseño’.
No artigo intitulado “Disciplina para realizar uma obra decisiva”, ele explicou que os grupos de gestão e de trabalho da Empresa de Construção e Montagem Mariel discutem as diretrizes para o uso do tempo de trabalho, desempenho e produtividade.
As análises devem contribuir para o cumprimento dos cronogramas de execução com a qualidade exigida por esta importante obra, diz o relatório.
De acordo com a página Zedmartiel.com, criada para promover o progresso e a natureza do trabalho, a Zona Especial de Desenvolvimento Mariel é um projeto que visa promover o desenvolvimento econômico sustentável da nação, através da atração de investimentos estrangeiros, a inovação tecnológica e a concentração industrial, garantindo simultaneamente a proteção do ambiente.
“Um pedaço de concreto se quebrou [em] uma ocasisão, procuraram um pequeno equipamento para arrastar terra e derramaram todo o cimento no mar antes da chegada de investidores estrangeiros”, realtou o jornalista independente Moisés Leonardo Rodríguez, um residente da área, no programa ‘Cuba al Día’ da Rádio Marti.
De acordo com o site Marti Noticias, a menção de práticas de corrupção no Mariel na imprensa local simultaneamente a uma auditoria surpresa feito pelo Ministério Público, disse Rodriguez, acrescentando que eles prenderam vários líderes municipais e substituíram o Secretário do Partido e funcionários do Poder Popular pela corrupção que impera.
“Se você termina um trabalho e sobra metade do concreto e, em um país com o déficit de habitação que existe, com estradas em péssimas condições, eles são incapazes de ter previsto o aproveitamento de todo esse concreto e o despejam nas laterais da estrada”, acrescentou o jornalista.
De acordo com informações do governo cubano, o cais do Terminal tem um comprimento de 702 metros, equipados com quatro guindastes de “super pós-panamax”. Além disso, o seu pátio foi construído para acomodar operações de 822.000 contêineres por ano.
Para a segunda etapa, está previsto que o Brasil também contribua com um financiamento de US$ 290 milhões. Além disso, o terminal de contêineres é gerido pela empresa PSA Cingapura.
Atualmente, o governo cubano está analisando 23 projetos na Europa, na Ásia e na América para o investimento estrangeiro em vários setores econômicos para sua aprovação e estabelecimento na ZED de Mariel.
Entre os objetivos do projeto estão atrair o investimento estrangeiro, alcançar o desenvolvimento industrial para gerar exportações e promover a substituição de importações e incentivar a transferência de tecnologia avançada, além de desenvolver infraestrutura para fornecer uma plataforma de negócios eficaz.

Jornal mexicano
A versão impressa