terça-feira, 29 de setembro de 2015

Desesperada com a iminência do impeachment, Dilma 'trambique' avalia dar sete ministérios ao PMDB. Se apertar, ela da até a cueca

Simone Iglesias - O Globo



A presidente Dilma Rousseff - Eraldo Peres / 27-09-2015 / AP


A presidente Dilma Rousseff se reuniu na manhã desta terça-feira com o vice Michel Temer e disse que está avaliando a possibilidade de dar ao PMDB sete ministérios na reforma que deverá anunciar até a próxima quinta-feira. O partido comanda atualmente seis pastas.

Dilma afirmou ao vice que foi aconselhada a isso pelo ex-presidente Lula e pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Ela explicou que tem dificuldades de ampliar o espaço do partido no momento em que está cortando o número de ministérios.


Se ela resolver aumentar a participação do partido, os peemedebistas ficarão com os ministérios de Saúde, Minas e Energia, Agricultura, Turismo, Portos, Aviação Civil e um sétimo ainda indefinido.

Na conversa, de cerca de meia hora, Dilma avisou a Temer que eles terão mais reuniões hoje para definir a reforma ministerial.

MINISTROS PEDEM APOIO A VETOS PRESIDENCIAIS

Enquanto Dilma e Temer conversavam, os ministros Ricardo Berzoini (Comunicações) e Eliseu Padilha (Aviação Civil) se reuniram com os líderes da base aliada na Câmara para pedir apoio à manutenção dos vetos, principalmente o que reajusta os salários do Judiciário. Berzoini disse aos deputados que a votação marcada para amanhã será um sinalizador das relações do Congresso com o governo.

Na reunião, os ministros disseram que Dilma vetará o voto impresso e o financiamento empresarial das campanhas eleitorais e não vetará a janela de troca troca partidário. Com isso, as novas legendas e partidos resultantes de fusões perderão essa possibilidade.

Segundo Berzoini disse aos deputados, a presidente assinará nesta terça-feira a sanção do projeto de reforma política. No entanto, ela ainda não definiu se o texto será publicado hoje em edição extra do Diário Oficial da União ou amanhã. A presidente decidiu vetar o voto impresso a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que argumentou que a medida teria alto impacto financeiro para a Justiça Eleitoral.