Fabrício Lobel/Folhapress | |
Visão da Ladeira Porto Geral, na região da rua Vinte e Cinco de Março, neste sábado (18) |
Folha de São Paulo
Freddy Krueger está preocupado. Do ponto mais baixo da Ladeira Porto Geral, vê as pessoas que chegam à região de comércio popular da rua Vinte e Cinco de Março e constata que neste Natal o movimento está sendo mais fraco do que nos últimos anos.
"É essa crise que todo mundo fala. Sem contar que a cada quatro pessoas que veem para a [região da rua] Vinte e Cinco de Março, só uma compra e as outras veem só para passear", conta.
Freddy sabe do que está falando, conhece bem o comércio popular, já foi vendedor em lojas da região que vendem lembrancinhas de casamento.
Jason, o da "Sexta-feira 13", logo ao lado de Freddy concorda com a análise. "Esse ano tem menos gente comprando. Está fraco", diz entre uma foto e outra com os pedestres. Enquanto uma família de peruanos assiste fascinada aos dois personagens ali interpretados por Marcio Cassalho, 38, e Leandro Toguro, 33.
Ainda que com bom movimento, o fluxo de pessoas está bem abaixo do esperado para essa época do ano, segundo lojistas e compradores. O baixo movimento na região no último sábado (19) antes do Natal é comprovado pela Polícia Militar que, embora não tenha estimativa do público presente na Vinte e Cinco nos últimos dias, percebe uma menor circulação, em relação aos anos anteriores. "Nos últimos anos, a uma época dessa não dava para ver o chão, de tanta gente", diz a tenente responsável pelo patrulhamento nesse sábado.
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Marcio Cassalho, 38, e Leandro Toguro, 33, tiram fotos com pedestres da rua Vinte e Cinco de Março |
Do alto do terceiro andar de um prédio comercial da Ladeira Porto Geral, Pedro Rossim, 58, vê de cima o movimento dos compradores. "Parece um rio de gente que secou. Como na seca das represas [que afeta o Estado de São Paulo]", conta.
Eder Vieira, 33, que trabalha na mesma loja que Pedro diz que em outros anos, em época de Natal, os funcionários demoravam 10 minutos para atravessar a multidão que tomava a rua e alcançar a lanchonete na esquina seguinte. "A gente até evitava sair para tomar café. Hoje não tem isso.", relembra.
Os dois acreditam que a atual crise econômica ajudou a diminuir o número de clientes.
Quem comemora as lojas e ruas mais vazias são os clientes. Entre eles, Caroline Oliveira, 27, que foi a uma das maiores lojas da Vinte e Cinco para comprar o presente da filha. "Está mais tranquilo para comprar, escolher o que vou comprar. Nos outros anos, a gente tinha que pegar o que queria por cima dos outros e sair correndo para a fila", conta.
Outra região de comércio popular da cidade, o Brás, esteve lotado pela manhã deste sábado. Lojistas e vendedores ambulantes disputavam espaço nas ruas próximas à avenida Rangel Pestana.