terça-feira, 30 de agosto de 2016

Após vídeo anti-Temer, vice de Janot renuncia

 Laryssa Borges - Veja



Ela Wiecko, vice-procuradora-geral da República: a número dois de Rodrigo Janot participou de manifestação contra o que chama de “golpe”
Ela Wiecko, vice-procuradora-geral da República: a número dois de Rodrigo Janot participou de manifestação contra o que chama de “golpe”
Depois de aparecer em uma manifestação em que integra um grupo de apoiadores que condena o impeachment da presidente Dilma Rousseff e classifica o processo como “golpe”, a vice-procuradora-geral da República no Brasil, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, renunciou ao cargo nesta terça-feira. Número dois do procurador-geral Rodrigo Janot, Wiecko foi filmada em uma gravação de 28 de junho em que aparece segurando uma faixa onde se lê “Fora Temer. Contra o golpe!”.
Revelado por VEJA, o vídeo era uma manifestação para denunciar o suposto “golpe contra a democracia” e deveria funcionar como uma mobilização internacional contra a queda da petista Dilma Rousseff. As imagens foram registradas durante uma viagem a Portugal e na companhias do acadêmico Boaventura de Sousa Santos, professor da Universidade de Coimbra.
Em nota, a própria Ela Wiecko anunciou sua saída do cargo. “Ela Wiecko Volkmer de Castilho pediu dispensa das funções do cargo de vice-procuradora-geral da República nesta terça-feira, 30 de agosto. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aceitou o pedido e assinou a portaria que será publicada no Diário Oficial da União”. Não há qualquer menção ao vídeo em que a procuradora, de óculos escuros e aparentemente constrangida, segura a faixa anti-Temer.
Há três semanas, o marido dela, Manoel Lauro Volkmer de Castilho, se envolveu em polêmica similar. Só que por sair em defesa do ex-presidente Lula. Mesmo trabalhando no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator de investigações do petrolão que têm Lula como um dos suspeitos, Manoel Lauro Volkmer assinou um manifesto em apoio à decisão do petista de recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU para denunciar o que classifica como uma injusta “caçada judicial” contra ele. A polêmica o levou a pedir exoneração do cargo de assessor de Teori.