quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Dora Kramer: "Inútil desatino"

O Estado de São Paulo


A decisão do ministro Teori Zavaski de transferir a questão das varreduras da polícia legislativa em gabinetes de senadores investigados para o Supremo Tribunal Federal, evidencia a oportunidade que o presidente do Senado, Renan Calheiros, perdeu de ficar calado.
Teria economizado grosseria e evitado levar uma reprimenda da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, se apenas tivesse questionado a operação da Polícia Federal na busca e apreensão que resultou na prisão de quatro agentes legislativos em termos jurídicos. Teori lhe deu razão, mas Renan a perdeu quando reclamou do “juizeco de primeira instância” e do “chefete de polícia”, ministro da Justiça, Alexandre Moraes, seu sucessor em cargo que em momento de desatino e desinformação Fernando Henrique entregou a Renan.
Acrescente-se que o ministro relator da Lava Jato no STF não anulou a operação nem autorizou que o material apreendido fosse devolvido ao Senado como queria o presidente da Casa. O assunto, bem como todas as suas circunstâncias, foi transferido para o Supremo.