segunda-feira, 31 de outubro de 2016

"Indústria solar deve investir até R$ 6 bilhões após leilão", por Maria Cristina Frias

Folha de São Paulo



O setor de energia solar deverá investir de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões em novas usinas com o leilão de energia de reserva marcado para dezembro, projeta a Absolar, que representa a indústria.

O volume de contratação necessário para manter uma demanda de produção estável no país é de 2.000 megawatt (MW) por ano, afirma o presidente da associação, Rodrigo Sauaia.

"Com o desaquecimento da economia, porém, nossa previsão deste ano é de 1.000 MW a 1.500 MW, no máximo."

O preço de contratação deverá cair em relação ao último leilão de 2015, em que o valor médio foi de R$ 297,75 por megawatt-hora, com deságio de 21% em relação ao teto estabelecido.

"O setor está em fase de ganho de competitividade, os projetos hoje são mais eficazes. A redução do câmbio também tem um impacto positivo, já que a indústria ainda depende de importação", avalia Sauaia.

A saída da Bahia e do Rio Grande do Norte do leilão, por conta dos gargalos de transmissão de energia dos Estados, porém, deverá puxar para cima os preços.

"São regiões mais competitivas por terem uma maior irradiação durante o ano. Os projetos que vão participar estão distribuídos pelo país, mas os valores não deverão ter o mesmo nível."

Os dois Estados correspondiam a 35,8% da oferta cadastrada no leilão, que está marcado para 16 de dezembro.
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Repatriação... Alguns dos clientes mais graúdos devem ter deixado para aderir ao programa de regularização de ativos nos últimos dois dias do prazo -que acaba hoje- segundo executivos de instituições financeiras.

... de tubarões Boa parte dos grandes bancos avisaram que só aceitariam demandas até meados deste mês. Depois, trabalhariam em "regime de exceção", como classificou um deles: "só solicitações maiores, de clientes maiores".

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Escritório de sobra

A taxa de vacância dos escritórios de alto padrão em São Paulo atingiu um recorde no terceiro trimestre de 2016. O espaço vago chegou a 1,3 milhões de m² e deve aumentar em 2017, de acordo com a consultoria imobiliária JLL.

A projeção é que 358 mil m² adicionais sejam entregues até o ano que vem, área equivalente ao estoque disponível na avenida Paulista, segundo a empresa.

"A taxa em 2016 deve ficar perto de 26%", diz Ricardo Hirata, da consultoria.

Em um mercado considerado ideal, o índice gira entre 10% e 15%, quando espaços vazios "são tão dispersos que dão sensação de equilíbrio", explica João Rocha Lima Júnior, professor da Poli-USP.

A atual recessão e o "efeito manada" após a crise mundial em 2009 levaram à situação de hoje, segundo Hirata.

"Incorporadoras receberam capital estrangeiro acima de níveis históricos e lançaram mais empreendimentos na época. Tudo indicava que o Brasil cresceria", afirma.

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Peixe grande

A rede de pet shops Petz prevê investimento de R$ 70 milhões em 2017 para abrir 20 unidades. Neste ano, 12 lojas foram inauguradas e o faturamento estimado é de R$ 500 milhões.

"Não é que o preço dos pontos esteja bom, é porque antes não estavam disponíveis", diz Sergio Zimerman, presidente da empresa. Parte das inaugurações será em novas praças, como Porto Alegre e Curitiba.

Crescer por franquias, algo cogitado até o primeiro semestre, não consta nos planos atuais. "Não foi descartado, mas deixamos de lado", afirma.

É com este modelo que a americana Petland planeja alcançar 55 pontos de venda em 2017. Hoje são 30.

"Mercados maduros têm a maior parte operada por rede. No Brasil, o espaço ainda é muito grande", diz Rodrigo Albuquerque, sócio diretor da marca no país.

Uma das líderes, a Cobasi quer abrir 23 unidades em 2017, algumas delas previstas de início para 2016, quando estrearam só oito.

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Preço da privacidade

O Brasil é o país com mais pessoas dispostas a fornecer dados pessoais como moeda de troca, segundo a multinacional de soluções de pagamento Worldpay.

Mais da metade (62%) dos brasileiros consultados disse aceitar o compartilhamento de informações para ter benefícios em serviços digitais, como o uso grátis de aplicativos.

O Japão foi o mercado onde mais se rejeitou o fornecimento de dados. A pesquisa foi feita com 7 mil pessoas em oito lugares.

"Um motivo é a cultura japonesa, mas há uma ligação direta com a média da idade, muito maior lá do que no Brasil", afirma Juan D'Antiochia, gerente-geral para América Latina da companhia.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI