quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Oposição vai às ruas na Venezuela para exigir referendo contra Maduro, celerado comparsa da dupla corrupta Lula-Dilma

UOL


Manifestantes foram às ruas nesta quarta-feira (26) na Venezuela para exigir a realização de um referendo sobre a deposição do presidente Nicolás Maduro. Ao menos 39 pessoas foram presas nos protestos no país.

A oposição organizou os protestos, chamados de "Tomada da Venezuela", após o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) suspender o processo de coleta de assinaturas para a convocação de um referendo sobre o mandato de Maduro.

No início da tarde, o secretário-executivo da aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), Jesús Chúo Torrealba, convocou uma greve geral para a próxima sexta-feira (28), pedindo a todos os venezuelanos que "fiquem em casa" neste dia.


Em Caracas, o ato seguia pacífico, ainda que a polícia tenha bloqueado uma avenida que os manifestantes pretendiam percorrer. A manifestação deve acabar na rodovia Francisco Fajardo com discursos de líderes da oposição.

O governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, disse que o governo deve "retornar à ordem constitucional" e revogar a suspensão do referendo. O líder opositor prometeu que, caso essa demanda não seja cumprida, será convocada no dia 3 de novembro uma marcha, que caminhará até o Palácio de Miraflores, sede da Presidência.

"Não somos golpistas, aqui os golpistas estão no Palácio de Miraflores", declarou Capriles.

Em Cumaná, capital do Estado de Sucre, policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o protesto.

No Twitter, o diretor da ONG local Foro Penal, Alfredo Romero, disse que ao menos 39 pessoas foram presas em manifestações convocadas pela oposição nesta quarta em cinco Estados: Miranda, Sucre, Guárico, Nova Esparta e Táchira. Os motivos das detençõs não foram informados.

Apoiadores do governo de maduro também convocaram protestos pelo país para esta quarta. Em Caracas, os manifestantes se reuniram em frente ao Palácio de Miraflores.

Federico Parra/AFP Photo
Lilian Tintori, wife of prominent jailed opposition leader Leopoldo Lopez, waves a Venezuelan national flag as she marches against the government of President Nicolas Maduro in the streets of Caracas on October 26, 2016. Venezuela's political rivals are set to engage in a volatile test of strength on Wednesday, with the opposition vowing mass street protests as President Nicolas Maduro resists efforts to drive him from power. The socialist president and center-right-dominated opposition accuse each other of mounting a "coup" in a volatile country rich in oil but short of food.
Lilian Tintori, mulher do líder opositor Leopoldo Lopez, que está preso, participa de marcha em Caracas

REUNIÃO

O presidente Maduro participou nesta quarta de uma reunião com representantes de outros poderes e altos funcionários do governo venezuelano. O encontro instaurou um Conselho de Defesa da Nação para tentar resolver o impasse político pelo qual atravessa o país.

Na reunião, Maduro disse que o país deve "encerrar um ciclo de violência política" e lamentou a ausência do presidente da Assembleia Nacional, o deputado opositor Henry Ramos Allup, que participou do protesto contra o líder chavista.

"Quero que sejam razoáveis e saibam que todos somos venezuelanos, precisamos impulsionar uma democracia mobilizada", declarou o Maduro.

O presidente reiterou seu chamado por um diálogo com a oposição para resolver a crise política. O Vaticano anunciou esta semana que mediará um encontro entre governo e oposição no domingo (30) na Isla Margarita, ilha no caribe venezuelano.

CRISE POLÍTICA

crise política na Venezuela se aprofundou desde que as autoridades eleitorais suspenderam temporariamente o processo para a convocação de um "referendo revogatório" sobre o mandato de Maduro. O CNE disse ter encontrado fraudes em assinaturas coletadas pela oposição.

Previsto na Constituição venezuelana, o referendo revogatório permite que a população seja consultada para aprovar ou rejeitar a continuidade do mandato de um governante democraticamente eleito.


A oposição quer que a consulta pública seja realizada antes de 10 de janeiro de 2017, quando termina o prazo para ocorrerem novas eleições. A partir desta data, que marca dois terços do mandato presidencial (quatro de seis anos), o vice assume em caso de destituição, como prevê a Constituição.

A decisão da Justiça venezuelana deve retardar a realização do referendo, de modo a favorecer a manutenção do chavismo no poder pelo menos até 2019, quando se prevê o fim do mandato de Maduro.

Nesta terça-feira (25), a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, aprovou o início de um processo contra Maduro para avaliar sua responsabilidade na crise política e o abandono de suas funções na Presidência.

É improvável que o processo iniciado no Legislativo leve à deposição do líder chavista. Mesmo que tenha sequência, a acusação deve ser submetida ao Conselho Moral Republicano —formado pelo procurador-geral, o controlador-geral e o defensor do povo, todos cargos ligados ao chavismo— e depois ao TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) —também controlada pelo governo—, que decide se aceita a destituição ou não.

Opositores acusam o as autoridades eleitorais de ter realizado um golpe de Estado em favor do chavismo. Já o governo acusa seus opositores de orquestrar um golpe parlamentar para derrubar um presidente democraticamente eleito.