sexta-feira, 24 de março de 2017

Lama que acabou com popularidade de Dilma também cai sobre Lula

Com Blog do Noblat - O Globo



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Outra vez, o PT está desarvorado

De fato, o PT não parece aprender com seus próprios erros. Senão vejamos: mais de 60% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma. Mais de 62% desaprovam seu governo. Mais de 60% acham que ela sabia da corrupção na Petrobras e nada fez para abortá-la. E menos de 20% votariam nela, hoje, contra Aécio Neves.
Pois apesar disso tudo, e ao invés de refletir sobre a quantidade de erros responsáveis por um quadro tão tenebroso, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), irmão de José Genoíno, ex-presidente do PT, tem a cara de pau de culpar a imprensa pela saia justa que Dilma atravessa. Somente a imprensa.
– O cidadão vive com esse massacre todo dia. Você acha que isso não repercute na opinião pública? Às vezes, até o que é a favor, fica torto. É porque é uma verdadeira lavagem cerebral. Acho que esse processo todo está em consonância com clima do país, com a super valorização das manifestações que a mídia fez, o processo em curso, isso tudo repercute — reclamou Guimarães. Que falou em “lavagem cerebral” feita pela mídia.
– É um processo midiático sem precedência. Se avaliar as manifestações de sexta e de domingo (…), só dá visibilidade ao que é contra o governo. Mas temos que conviver com isso. Cabeça fria, coração quente para enfrentar as turbulências, as dificuldades e botar o Brasil para funcionar.
As manifestações da sexta 13 de março, favoráveis ao governo, reuniram menos de 60 mil pessoas em todo o país. As do domingo, contrárias, pouco mais de dois milhões.
A Globo News, que as transmitiu ao vivo, ofereceu a uma e à outra praticamente o mesmo número de horas.
Quando estourou o escândalo do mensalão em meados de 2005, o PT se desesperou e ficou sem saber o que fazer. Lula chegou até a pensar em renunciar à presidência da República. José Dirceu, que estava em São Paulo, foi chamado às pressas para acalmá-lo.
Outra vez, o PT está desarvorado. E Lula vê cair sobre ele a lama que acabou com a popularidade de Dilma. O retorno em 2018 começa a se tornar remoto.