domingo, 5 de março de 2017

'Le Monde' chama Rio de Janeiro de favela Olímpica

Jornal do Brasil


jornal francês Le Monde traz em sua edição deste sábado uma reportagem intitulada "La favela olympique" (em português: favela olímpica), onde critica fortemente o estado das instalações feitas para a realização dos jogos olímpicos em agosto de 2016, no Rio de Janeiro, que em menos de seis meses se encontram em total abandono e decadência, como o caso do estádio do Maracanã.

O diário descreve o caso de uma moradora de Deodoro, que recebeu com desconfiança a notícia sobre as obras para a Olimpíada e seu legado para a cidade. Claudia Paula Santos disse ao Monde que custou a entender quais os benefícios dos Jogos Olímpicos para sua popular vizinhança e hoje sabe que não existe nada que possa dizer de bom, a não ser que tenha visto de longe algumas atividades e acrescenta que as autoridades nunca se importaram mesmo com o bem-estar de quem vive a mais de 45 minutos de Copacabana. 
Em seguida, Claudia conta ao Le Monde que sua avó, residente da favela do Muquiço, confessa que foi seduzida pelo discurso do ex-prefeito, Eduardo Paes. 
"Ele prometeu transformar o parque onde se realizaram as provas de canoagem em um centro de lazer aquático", repetia a senhora para a família. 
Maracanã agora tem sua grama amarelada, seca como feno, cadeiras furadas, e sua luz foi cortada por falta de pagamento
Maracanã agora tem sua grama amarelada, seca como feno, cadeiras furadas, e sua luz foi cortada por falta de pagamento
Seis meses após a cerimônia de encerramento em 21 de agosto de 2016, o que elas sentem é revolta e indignação, afirma o noticiário. Desde dezembro, o parque de Deodoro está fechado com uma placa onde se lê: "reabriremos em janeiro." Estamos em março e as portas continuam fechadas. Por trás das grades pode-se ver a lenta degradação de um lugar abandonado. "Dinheiro jogado no lixo", desabafa a desempregada de 41 anos Claudia Santos.
publicação destaca o estado do Parque Olímpico, a cerca de 20 km de um dos bairros mais exclusivos da cidade, também chamada de "Miami do Rio", que tem piscinas cheias de lixo, larvas de mosquitos e lama e lamenta profundamente o descaso com o "mítico"  Maracanã, que sediou a final da Copa do Mundo de 2014, assim como as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e agora tem sua grama amarelada, seca como feno, cadeiras furadas, e sua luz foi cortada por falta de pagamento.