sábado, 25 de março de 2017

PT tinha pressa em ganhar tempo de TV para chapa Dilma-Temer, diz delator

RAFAEL MORAES MOURA, BEATRIZ BULLA, FABIO SERAPIÃO e FÁBIO FABRINI - O Estado de São Paulo

Em depoimento ao TSE, ex-diretor da Odebrecht Ambiental afirma que a empreiteira pagou R$ 4 milhões via caixa 2 ao tesoureiro do PDT para garantir apoio da sigla em 2014; partido diz que vai acionar a Justiça contra Fernando Cunha Reis


O ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Cunha Reis disse em depoimento ao TSE que o PT tinha pressa de assegurar o apoio de partidos à chapa Dilma-Temer. Segundo ele, a empreiteira pagou R$ 4 milhões via caixa 2, em dinheiro vivo, ao tesoureiro do PDT, Marcelo Panella, para garantir apoio da sigla.
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
ctv-shd-dilma temer reuters
Processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa pedido de cassação da chapa Dilma-Temer 
“Do que me lembro é uma conversa que tive internamente com o diretor de Relações Institucionais da construtora, Alexandrino Alencar. Ele me disse que a pressa que existia era de assegurar o apoio desses partidos para garantir o tempo de TV”, afirmou Cunha Reis.
Alencar, de acordo com Reis, mencionou uma reunião entre Marcelo Odebrecht e o ministro da Fazenda à época, Guido Mantega, no qual havia um pedido do petista “para que a Odebrecht consolidasse um apoio financeiro a determinados partidos”. Alencar cuidou do pagamento a PROS, PRB e PC do B e Reis foi escalado para intermediar o pagamento ao PDT.

A sigla informou em nota que confirmou apoio à candidatura de Dilma Rousseff em 10 de junho de 2014, “meses antes do suposto pagamento de caixa 2”. “O PDT irá agir no âmbito da Justiça para que o delator comprove o que afirmou”, diz a nota. Mantega não foi encontrado para falar sobre o assunto.