quinta-feira, 15 de junho de 2017

PGR mantém silêncio sobre áudios entre procuradores

Crédito:  Pedro Ladeira/Folhapress


Eduardo Militão - IstoE

Em gravações, procuradora diz a colega que Janot queria “destruir” quem apoiasse a candidatura de Raquel Dodge e que, como ela seria apoiada pelo senador José Agripino (DEM-RN), “querem lascar” com o político. Grampos não tinham ligação com investigação, anota procuradora


A Procuradoria Geral da República (PGR) não comentou o conteúdo dos grampos revelados por ISTOÉ nesta quinta-feira (15/6). Áudios captados pela Polícia Federal na Operação Patmos mostram a procuradora Caroline Macial dizer ao colega Ângelo Goulart, que seria preso dias depois, que o procurador geral da República Rodrigo Janot queria “destruir” quem apoiasse a candidatura de Raquel Dodge. Afirmou ainda, em 11 de maio passado, que, como Raquel seria apoiada pelo senador José Agripino (DEM-RN), “querem lascar” com o político. (Leia a reportagem)
Em nota a ISTOÉ, a PGR informou que “a suposta conversa entre os membros do MPF não está no auto circunstanciado (relatório) da PF, juntado ao processo que hoje se encontra no Tribunal Federal da 3ª Região”. “A Procuradoria-Geral da República não tomou conhecimento desse diálogo, enquanto o inquérito corria perante o Supremo Tribunal Federal. Portanto, não há o que comentar.”
A procuradora regional da República Janice Ascari, que denunciou Ângelo Goulart por violação de sigilo funcional na Operação Patmos, disse à ISTOÉ que os grampos da PF entre ele e Caroline Maciel ainda não chegaram a ela ainda, mesmo porque não tinham relação com os crimes investigados. “Um laudo da polícia disse que não houve conversas relacionadas ao processo”, contou.