Juliana Castro - O Globo
O empresário Eike Batista prepara documentação para um acordo de delação premiada. Ele deve citar os nomes do ex-presidente Lula, do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). A informação foi divulgada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e confirmada pelo GLOBO.
O acordo é uma negociação que envolve a Procuradoria-Geral da República (PGR), uma vez que Eike aponta nomes de parlamentares de estados em que ele mantinha negócios. Caso a delação prospere, sua homologação ficará a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver políticos com foro privilegiado.
Eike prestaria depoimento nesta sexta-feira ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio e responsável pelo julgamento dos casos da Lava-Jato no Rio. A audiência, no entanto, foi transferida ontem para o dia 31 de julho.
Eike foi preso durante a Operação Eficiência, deflagrada em janeiro deste ano, acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões a Cabral. Mas, cumpre prisão domiciliar em sua mansão no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, desde abril, quando se comprometeu a pagar fiança de R$ 52 milhões. A força-tarefa da Lava-Jato no Rio também aponta o pagamento de propina de R$ 1 milhão de Eike a Cabral por meio do escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. O empresário deve falar sobre as duas transações na delação.
Eike foi preso durante a Operação Eficiência, deflagrada em janeiro deste ano, acusado de pagar propina de US$ 16,5 milhões a Cabral. Mas, cumpre prisão domiciliar em sua mansão no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, desde abril, quando se comprometeu a pagar fiança de R$ 52 milhões. A força-tarefa da Lava-Jato no Rio também aponta o pagamento de propina de R$ 1 milhão de Eike a Cabral por meio do escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. O empresário deve falar sobre as duas transações na delação.
O nome de Eike já tinha aparecido em algumas delações premiadas, como a do operador de propinas do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, do ex-marqueteiro do PT João Santana e sua mulher, Mônica Moura. Numa eventual delação, Eike deve falar sobre os episódios citados.
Baiano afirmou em depoimento que o grupo OSX, de Eike, tinha interesse no pacote de 28 navios-sonda lançado pela Sete Brasil para construção no país e fornecimento para a Petrobras. Baiano contou que decidiu buscar a ajuda do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula com livre acesso ao Planalto, para tentar abrir portas para a OSX na empresa Sete Brasil, criada pela Petrobras em parceria com bancos e fundos de pensão federal.
Mônica Moura, mulher do ex-marqueteiro do PT e também delatora na Lava-Jato, já havia citado Eike. Ela contou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari a chamou no Instituto Lula e disse que o ex-presidente estava empenhado para pagar a dívida de campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Foi, então, que Eike Batista foi colocado no negócio.
Mônica afirma que Guido Mantega foi quem mandou o empresário pagar essa dívida da campanha de Haddad. Ficou acertado com Flavio Godinho, sócio de Eike, que o dono do grupo X pagaria R$ 5 milhões no exterior.
Godinho também foi preso na Operação Eficiência, acusado de intermediar o pagamento de propina a Cabral.
Procurada, a defesa de Eike disse que não vai comentar o assunto.