sábado, 15 de julho de 2017

Entenda o tamanho da conquista de Marcelo Melo em Wimbledon

Daniel Castro - Folha de São Paulo


Realização de um sonho e marco para o tênis brasileiro. O título de Marcelo Melo em Wimbledon, conquistado neste sábado (15) ao lado do polonês Lukasz Kubot após uma batalha de quatro horas e 39 minutos, é histórico em diferentes dimensões.
Quer entender o tamanho do que aconteceu na quadra central do All England Club? Leia abaixo os principais significados do feito do Girafa, apelido do mineiro de 2,03 m e 33 anos.
Meta de vida
Melo sempre disse que vencer Wimbledon era o seu grande sonho no esporte, e a comemoração emocionada após o último ponto é a imagem perfeita disso. Número um do mundo pela terceira vez na carreira e agora dono de dois troféus de Grand Slam, o mineiro fica atrás apenas de Maria Esther Bueno e de Guga em relevância histórica para o tênis brasileiro.
País das duplas
Ao lado de Bruno Soares, Melo mudou o patamar da modalidade no país. Com o troféu dele em Wimbledon, o Brasil passa a ter títulos nas duplas masculinas nos quatro Grand Slams. Isso em apenas três anos. Em 2015, Melo venceu Roland Garros ao lado do croata Ivan Dodig. No ano passado, Soares conquistou o Aberto da Austrália e o Aberto dos EUA com o britânico Jamie Murray.
Templo sagrado
51 anos. Esse foi o tempo que demorou para que outro tenista do país conquistasse um título profissional em Wimbledon, o torneio mais antigo e prestigioso do esporte. Maria Esther Bueno, dona de oito troféus no Slam britânico (três em simples), venceu pela última vez em 1966, nas duplas femininas. A melhor campanha em simples entre os homens foi quartas de final, por quatro vezes. A última delas com André Sá, em 2002.
Parceria dominante
Após um começo de ano ruim (leia mais neste post), a parceria entre Melo e Kubot impressiona. A dupla já era a melhor da temporada antes de Wimbledon e se distanciará mais dos rivais depois da conquista. Nos torneios de grama, o domínio foi total —três títulos e 14 vitórias seguidas.
Lukasz Kubot e Marcelo Melo com o troféu de Wimbledon (Matthew Childs/Reuters)