segunda-feira, 17 de julho de 2017

Petrobras planeja acelerar venda de ativos a partir de setembro

Maria Cristina Frias - Folha de São Paulo


Ueslei Marcelino - 30.set.2015/Reuters
Trabalhador pinta tanque da Petrobras em Brasília, Brasil 30/09/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino/File Photo
A estatal tem 34 processos para desinvestimento; a meta para 2017 e 2018 é desinvestir US$ 21 bilhões


Mesmo com o anunciado IPO da BR Distribuidora, a Petrobras deve acelerar seu processo de parcerias e desinvestimentos e comunicar a venda de outros ativos nos próximos meses, principalmente a partir de setembro, após as férias no hemisfério norte, segundo a coluna apurou.

A empresa mantém o foco em reduzir o endividamento. A companhia tem uma dívida elevada, que foi refinanciada, mas uma das iniciativas mais importantes para a melhor a relação dívida/Ebitda é o programa de venda de ativos.

A estatal tem cerca de 34 processos de desinvestimento. A meta para 2017 e 2018 é desinvestir US$ 21 bilhões.

O portfólio com que a empresa trabalha hoje é de US$ 42 bilhões, o dobro, porque vários dos projetos não terão êxito neste prazo.

Quanto foi feito neste ano?

Zero. O preço do barril de petróleo, apontado como um dos fatores que mais causaram lentidão, não foi o maior obstáculo, segundo se diz considerar na empresa.

A avaliação é que segue grande o interesse pelo segmento de óleo e gás no Brasil. A companhia melhorou a competitividade dos ativos, e aperfeiçoou-se a regulação.

A lentidão deve-se também a outros fatores, como o problema com o TCU, que bloqueou temporariamente vendas da estatal, sob a alegação de falta de transparência.

A empresa demonstrou disposição em fazer ajustes, embora os processos tivessem sido competitivos. Chegou-se a um consenso, as regras foram alteradas, e a diretoria decidiu que todos os processos voltassem à estaca zero.

Quanto entrará desse desinvestimento ainda em 2017? É difícil estimar, porque não se sabe o percentual da BR que irá a mercado. Se a emissão se concretizar, a operação é liquidada na semana seguinte e vai para o caixa de imediato.

A estatal já valeu US$ 300 bilhões na Bolsa. O valor atual é de cerca de US$ 53 bilhões.

Editoria de Arte/Folhapress
DESINVESTIMENTOSOs planos da Petrobras para 2017-2018
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Programa de SP para impostos em atraso começa dia 20

As empresas e os proprietários de veículos de São Paulo que devem ICMS e IPVA, respectivamente, poderão aderir ao programa de parcelamento de débitos a partir de quinta-feira (20).

"A expectativa é atingir algo como R$ 2 bilhões de receita extra com esses programas de parcelamento ainda em 2017", afirma Rogério Ceron, secretário-adjunto da Fazenda.

Uma parte dos valores a serem arrecadados vai para os municípios em forma de repasses de ICMS.

As cidades podem receber algo como R$ 400 milhões, na estimativa dele.

O programa estabelece descontos maiores para quem pagar dívidas de impostos à vista.

Empresas com ICMS atrasado, por exemplo, terão redução de 75% de multas e 60% de juros. Se parcelarem os pagamentos, terão que pagar porcentagem maior.

O governo de São Paulo conseguirá fechar este ano com contas equilibradas mesmo sem recursos desse programa, afirma Ceron.
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Evolução tímida

As vendas do varejo deverão subir 0,4% em 2017, na comparação com 2016, segundo o Provar/FIA (Programa de Administração do Varejo).

"Até pela base de comparação baixa, esse crescimento é bastante frágil", diz Claudio Felisoni, presidente do conselho da instituição.

"Um novo impacto político inesperado ou a deterioração do quadro atual podem fazer com que a variação seja nula ou até negativa."

Cerca de 38,6% das 500 pessoas entrevistadas afirmam que comprarão algum bem (como eletrodomésticos ou automóveis) capaz de comprometer uma parcela de sua renda no terceiro trimestre.

O índice ficou 1,6 ponto percentual acima do registrado no mesmo período do ano passado.

Na comparação com o segundo trimestre deste ano, houve uma retração de 1,4 ponto percentual.


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Recorde negativo

O número de empresas com dívidas em inadimplência atingiu mais de 5,1 milhões, de acordo com dados da Serasa Experian.

Na comparação com maio do ano passado, houve um aumento de 16% de CNPJs negativados pelo birô.

O acesso a crédito ficou mais restrito com a recessão, e quitar um débito com um novo empréstimo (rolar a dívida) é difícil, diz Luiz Rabi, economista da Serasa.

"A retração diminuiu o potencial de famílias que podem ficar sem pagar e, nesse segmento, houve queda de inadimplência. Entre empresas, significou estrangulamento, pois a maioria só tem acesso aos bancos."

Na média, as pessoas jurídicas têm 11 credores distintos e devem R$ 23.600. Esse valor se manteve estável nos últimos 12 meses, diz Rabi.


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Sem... As empresas de serviços de São Paulo ampliaram o número de vagas pelo quarto mês seguido, em maio. Na comparação anual, porém, o total de empregados é 1% menor, aponta a FecomercioSP.

...serviço A tendência é de uma melhora tímida nos meses seguintes, segundo Thiago Carvalho, analista da entidade. O impacto da reforma trabalhista será gradual, diz ele. O Estado tem 7,3 milhões de empregados no setor.

Segurança A corretora de seguros Wiz planeja investir R$ 15 milhões, até o fim deste ano, em plataformas on-line e na migração de sua base de dados para a nuvem.
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Hora do Café
com FELIPE GUTIERREZTAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI