terça-feira, 15 de agosto de 2017

Quero mudar o Brasil, não quero me mudar do Brasil, diz Cármen

Julia Affonso, Altamiro Silva Júnior e Marcelo Osakabe - O Estado de São Paulo


Cármen Lúcia. Foto: Felipe Rau/Estadão
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia foi taxativa nesta terça-feira, 15, durante evento em São Paulo. “Quero mudar o Brasil, não quero me mudar do Brasil.”
Cármen participa do Fórum Mitos & Fatos, da rádio Jovem Pan. A ministra faz palestra sobre Ética, Direito e Democracia.
“Este Brasil, nas condições que está, precisa de ser mudado. Precisa de ser outro Brasil, Brasil que está previsto, por exemplo, desde o preâmbulo da Constituição brasileira. Um Brasil no qual a solidariedade, a fraternidade e as liberdades sejam devidamente respeitadas, o que não vem acontecendo.”

Cármen Lúcia, afirmou durante palestra que a ética é a única forma de viver sem o caos e declarou que gosta e confia no Brasil, mas não da forma que o País está no momento. “Quero mudar o Brasil para ele ser o que está na Constituição.”
A ministra Cármen Lúcia disse que não concorda com a visão de que é possível viver sem a política. O importante é mudar a forma como se faz política hoje no Brasil.
O judiciário, afirmou a presidente do STF, não pode ter corrupção. “A corrupção corrói as instituições e deteriora a economia”, disse a ministra, ressaltando que esta prática é crime e precisa ser combatida. Cármen Lúcia defendeu que o Brasil tem capacidade de fazer boas leis, que chegam a ser imitadas por outros países, mas a dificuldade é o cumprimento destas normas.
“Precisamos dar resposta coerente ao que a sociedade espera do judiciário”, disse ela. A ministra afirmou não querer ver o paradoxo de o direito impor penas e os acusados escaparem ilesos ou ainda de impor moralidade e ver os direitos sendo atropelados.