quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Cabral é condenado a 45 anos de prisão, na operação Calicute. A propósito, quando Lula será preso?

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral deixa a sede da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro (Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO)
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral deixa a sede da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro (Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO)



Arthur Guimarães, RJTV





O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi condenado nesta
 quarta-feira (20) por crimes investigados pela Operação 
Calicute, um dos desdobramentos da Lava Jato. Cabral foi 
condenado a 45 anos e 2 meses de reclusão, além de multa, 
por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertencimento 
a organização criminosa.
Segundo denúncia da Operação calicute, o esquema desviava
 verbas do contratos do governo do RJ com empreiteiras. Além
 de Cabral, a sentença do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara 
Federal Criminal também condena outras 11 pessoas por 
participação no esquema. A esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, 
foi sentenciada a 18 anos e 3 meses de prisão.
Na sentença, Cabral é descrito como "idealizador do gigante 
esquema criminoso institucionalizado no âmbito do Governo 
do Estado do Rio de Janeiro, era o chefe da organização, 
cabendo-lhe essencialmente solicitar propina às empreiteiras 
que desejavam contratar com o Estado do Rio de Janeiro, em
 especial a Andrade Gutierrez, e dirigir os demais membros da 
organização no sentido de promover a lavagem do dinheiro ilícito".
"Assim é que Sérgio Cabral solicitou a Rogério Nora, presidente
 da Andrade Gutierraz, o pagamento de propina, para que a 
que referida empreiteira fosse admitida a contratar com o Estado
 do Rio de Janeiro, em reunião realizada no início de 2007, na 
casa do ex-governador, solicitação essa que foi reforçada em 
outra reunião, dessa vez realizada no Palácio Guanabara. Ato 
contínuo, promoveu a lavagem do dinheiro espúrio angariado, 
de diferentes formas, valendo-se dos demais réus, inclusive de 
Adriana Ancelmo, sua companheira de vida e de práticas 
criminosas", acrescenta o juiz no documento.
Advogado de Cabral, Rodrigo Rocca, afirmou que a sentença é 
uma "violência contra o Estado democrático de Direito": 
"A sentença é uma violência contra o Estado democrático de 
direito e só reforça a arguição de suspeição que nós já fizemos 
contra o juiz que a prolatou. A condenação do ex-governador 
Sérgio Cabral pelo juiz Marcelo Bretas já era esperada, todo 
mundo sabia disso, e tanto sabia disso que nós já vínhamos 
preparando recurso de apelação para os órgãos de jurisdição 
superior, onde os ânimos são outros e a verdade tem mais chance de sobrevivência."

Primeira condenação no Rio

É a segunda condenação de Cabral. Ele também foi condenado
 pelo juiz Sérgio Moro – responsável pelos processos da 
Operação Lava Jato em primeira instância. Na ocasião, a Justiça
 considerou que ele recebeu propina das empresas Andrade 
Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão. Segundo a Procuradoria,
 a verba foi desviada do contrato de terraplanagem nas obras do
 Comperj.