quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Meirelles confirma devolução de R$ 50 bilhões do BNDES à União

Henrique Gomes Batista - O Globo


O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou passar otimismo nesta quarta-feira, e dizer que o momento é ideal para investir no país. Em evento para investidores promovido pelo "Financial Times", em Nova York, Meirelles confirmou que o BNDES vai devolver à União cerca de R$ 50 bilhões dos recursos repassados ao banco de fomento ao longo dos últimos anos.

— O plano inicial é esse, R$ 50 bilhões neste ano. Estamos discutindo com o BNDES e vamos ver qual a melhor decisão, mas a princípio é essa. E, de novo, temos que ver as necessidades de empréstimos e de baixa do BNDES e vamos avançar.

O ministro reconheceu que a crise política influencia no debate das reformas, mas voltou a dizer que acredita que a reforma da Previdência será votada neste ano.

— Tenho um nível forte de convicção de que o momento certo para discutir (a reforma) é agora, antes de entrarmos no ano eleitoral. Além disso, os presidentes da Câmara e do Senado já deram declarações que vão pautar isso neste ano.

Questionado sobre como os escândalos que atingem seu governo podem tirar a economia do rumo do crescimento, Meirelles minimizou a situação:

— O governo tem mantido sua direção, as propostas estão sendo enviadas ao Congresso e os agentes econômicos seguem confiantes de que elas serão aprovadas — disse.


PREÇOS DE ATIVOS NO BRASIL NÃO REFLETEM CRESCIMENTO

O ministro da Fazenda afirmou ainda que a recuperação brasileira é sólida, e que o país tem muitas oportunidades de crescimento.

— Agora é o momento de investir, quando a economia já está começando a crescer, mas os preços ainda não refletem isso — disse o ministro.

Meirelles também tentou passar tranquilidade quando questionado sobre os riscos políticos com as eleições do próximo ano. Segundo ele, a emenda constitucional que criou o teto dos gastos públicos, impedindo o crescimento das despesas acima da inflação por dez anos, ao menos, impede mudanças estruturais.

— Isso (ampliar os gastos) não é uma decisão livre de cada governo e fica muito difícil mudar (o teto) agora — afirmou o ministro.