domingo, 22 de outubro de 2017

O 'estado' brasileiro é uma barreira quase intransponível a impedir que a nação se consagre definitivamente como 'país do futuro'

Quem olha o Brasil de Nova Iorque, nove horas de vôo de São Paulo, tem a sensação de que nunca chegaremos ao tal 'país do futuro', que ouvimos desde os anos 1950.

Na América, tudo funciona. E parece simples. É como se cada cidadão pulasse da cama todos os dias e fosse fazer a sua parte.

Vale uma reflexão sobre um fato.

Governo nos Estados Unidos é uma imagem bem distante.

O Estado é, parece, uma figura abstrata.

No entanto, recomenda-se não cometer um crime, por menor que seja.

Avançar um sinal, quebrar uma vidraça, dirigir embriagado, deixar sujeira de cachorro na calçada, matar alguém ou cometer um roubo ou assalto, então. É xadrez, sem escala.

Você passa na rua e estão abrindo um buraco. Atuam no buraco equipes do gás, da luz, do telefone, do saneamento...

Dois dias depois, você passa no local... Ué! Cadê o buraco? Sumiu!

Sem  mistério. Tudo passa pela iniciativa privada. O governo/Estado fica só de olho.

É esse o papel do Estado. Cobrar para que seja feita a coisa certa.

Há alguns anos, foi feita uma pesquisa em Harvard sobre o que estudantes esperavam no futuro.

Quatro em cada cinco brasileiros pretendiam fazer concurso para 'servidor público': juízes, promotores, delegados, agentes da receita federal...

Entre jovens dos Estados Unidos, o resultado da pesquisa mostrou exatamente o contrário: em cada grupo de cinco estudantes, apenas um queria ser 'servidor público'.

Isso, de certa forma, explica o empreendedorismo do povo americano e a crônica dependência do cidadão brasileiro ao Estado.

Aliás, faça uma pesquisa rápida na sua família e na de amigos para descobrir quantas pessoas 'trabalham' para o governo, federal, estadual ou municipal.

O 'estado' brasileiro é uma barreira quase intransponível a impedir que o país se consagre definitivamente como 'país do futuro'.