sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Assembleia do Rio deve decidir hoje se três deputados permanecerão presos. CCJ recomenda revogação da prisão

O Estado de São Paulo


Depois de mais de duas horas em reunião fechada, a CCJ da Alerj aprovou parecer que pede a revogação da prisão do presidente da Casa, Jorge Picciani, o ex-presidente Paulo Melo e o presidente da CCJ, Edson Albertassi, todos do PMDB, além da manutenção de seus cargos políticos. Foram 4 votos a 2 na comissão. O filho de Picciani, Rafael Picciani, se absteve. Deputados agora aguardam início da votação do parecer no plenário.

Os parlamentares tiveram prisão decretada ontem por decisão unânime do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Eles são alvos da Operação Cadeia Velha, que desarticula um suposto esquema de corrupção entre políticos e empresários do transporte público no Rio. A investigação aponta que o pagamento de propinas começou na década de 1990.

Os presos passaram a noite na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde o ex-governador Sérgio Cabral completa hoje um ano preso. Desde o início do dia, protestos 'comemoram' o aniversário de Cabral na cadeia e pressionam a Alerj a manter Picciani, Melo e Albertassi presos.

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  • 15h35
    17/11/2017

    GALERIAS VAZIAS: CCJ também decidiu que a votação não poderá ser aberta ao público. Manifestantes, a maioria servidores do Estado, que se reúnem do lado de fora, buscaram o Ministério Público para impedir fechamento. Eles haviam tentado se cadastrar para ter acesso ao plenário e foram impedidos.
    (Fotos: Constança Rezende, do Rio)

    Constança Rezende
    Constança Rezende
    Constança Rezende
  • 15h30
    17/11/2017

    Em reunião do colégio de líderes da Alerj, foi decidido o processo da votação sobre o parecer no plenário:
    Dois deputados falarão a favor e dois contra a recomendação do parecer da CCJ (de soltar os presos). Depois, líderes encaminham votação, que será aberta no painel.
    (Constança Rezende, do Rio)
  • 15h26
    17/11/2017

    O PT vai se dividir na votação em plenário. Gilberto Palmares e Waldeck Carneiro defendem manutenção da prisão, enquanto Rosangela Zeidan e André Ceciliano informam que vão votar pela soltura dos presos. Confira nota divulgada por Palmares e Carneiro:
    A HORA DO BASTA AOS BARÕES DOS TRANSPORTES A caixa preta da Fetranspor tem sido, há décadas, um dos segredos mais bem protegidos pelo establishment do Estado do Rio. Em detrimento dos interesses da população, obrigada a enfrentar diariamente um sistema de transporte caro, ineficiente e inseguro, a Federação que representa o cartel dos barões dos transportes, é a verdadeira manda chuva da economia e da política fluminense.

    Na crise vivida pelo Estado do Rio, a pior de toda a sua história, enquanto os servidores estaduais sem salários vêm suas dívidas se acumularem e são obrigados a sobreviver com doações de cestas básicas, os poderosos da Fetranspor seguem enriquecendo. O golpe mais recente foi dado com o conjunto de medidas antipovo, o chamado Pacote de Maldades do governo do estado, que, entre outras barbaridades, aumentou o valor do Bilhete Único e reduziu o seu alcance. Tudo para favorecer o setor de transportes às custas do sofrimento da população.

    A Bancada do PT na Alerj, por meio de seus mandatos conferidos pelo povo, tem lutado incessantemente contra a Fetranspor - na tribuna, nas praças e nas ruas.  Assinamos pedidos de CPIs, participamos de audiências, comissões especiais, debates, atos públicos, manifestações.  Só na atual legislatura já são mais de 10 projetos de lei e uma Proposta de Emenda Constitucional que buscam por um fim ao poder dos barões dos transportes. A maioria desses projetos continua engavetada, não chegando sequer a ser apreciados nas comissões permanentes da Casa. Alguns, à revelia do que reza o Regimento Interno, sequer foram publicados no Diário Oficial, cerceando assim sua tramitação.

    As investigações que levaram à recente Operação Cadeia Velha apontam as relações espúrias que têm mantido o poder da Fetranspor, seja criando mecanismos legislativos de proteção ao cartel, seja inviabilizando ações parlamentares que buscam romper esse círculo vicioso.

    A Bancada do PT na Alerj, entendendo o momento grave do nosso país e do nosso estado, considera que a recente decisão do TRF2, até por ser tomada de forma unânime, deve ser respeitada, sob pena de aumentar o descrédito do Poder Legislativo.

    Dessa forma, mais uma vez em defesa dos interesses e direitos dos usuários de transportes, dos servidores estaduais, dos trabalhadores, dos setores oprimidos e marginalizados, a Bancada manifesta seu irrestrito compromisso com o povo do Estado do Rio.

    Nosso voto é pela verdade e pela justiça.

    Deputado estadual Gilberto Palmares, líder da Bancada do PT na Alerj
    Deputado estadual Waldeck Carneiro