sábado, 18 de novembro de 2017

Gilmar Mendes e a síndrome de Estocolmo invertida

Juan Arias, El País


O que acontece com o magistrado do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes?

A pergunta é feita por pessoas nas ruas, psicanalistas, bem como por mais de um de seus colegas de toga.

Ao saber, por exemplo, que sou jornalista, enquanto esperava um ônibus, um senhor de meia-idade que nem se lembrava muito bem do nome do magistrado me perguntou, sem muita sutileza, o que eu pensava “desse juiz que solta os corruptos importantes, é contra a Lava Jato e defende o trabalho escravo".

Diante de algumas das atitudes do juiz em relação a seus próprios colegas, ou contra a Procuradoria-Geral, ou diante da superioridade que mostra na hora de opinar, há quem pense que poderia estar sofrendo da síndrome de Hubris, descrita pelo britânico David Owen, que pode afligir aqueles que exercem o poder.

Trata-se de "um comportamento irresponsável, próximo à grandiosidade e ao narcisismo", escreve o psiquiatra espanhol Manuel Franco.