sábado, 20 de janeiro de 2018

"O Destino de uma Nação" é uma aula de liderança, de seriedade

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Estadista do Século 20, Winston Churchill é um dos homens mais biografados da história. Acrescente-se o número de filmes em que é 'protagonista' ou citado e sobra material para teses de doutorado mundo afora.

Em 2017, saíram o livro "O Destino de uma Nação", de Anthony McCarten, e o filme, que teve McCarten como roteirista e é dirigido por Joe Wright, com magistral desempenho de Gary Oldman no papel de Churchill.

Livro e filme excepcionais.

Chama atenção a cena em que Clementine, mulher de Churchill, diz para o marido, de olho nas contas a pagar, 'estamos falidos'.

Vi o filme nos Estados Unidos. Nenhuma reação da platéia à preocupação da primeira dama. Revi o filme esta semana no Brasil. Muitos riram na sala.

É algo natural em países decentes. Na Inglaterra, na Alemanha ou nos Estados Unidos, se o primeiro-ministro ou o presidente quer um charuto, que pague do próprio bolso.

No Brasil, contribuintes bancamos um cartão corporativo para os mandatários. Boa parte do que se compra/gasta com o tal cartão corporativo é considerada 'segurança'.

Puro eufemismo para despesas indecorosas com dinheiro do povo.

Não é à toa que desde 1990 tivemos impeachment de dois presidentes corruptos, um outro está para ser recolhido ao xilindró, se o Judiciário se der ao respeito, e o atual inquilino do Palácio do Planalto é investigado.

Os filmes, como os livros, nos ensinam o quanto estamos distantes de nações habitadas por cidadãos de bem. No Brasil, até corrupto se acha no direito de ser candidato ao cargo mais elevado da República, mesmo condenado a quase dez anos de xadrez, em apenas um dos sete casos em que é réu.

Além de Luiz Inácio Lula da Silva, agora Fernando Collor de Mello também pôs o nome à disposição do 'distinto' eleitor.

O exemplo de Churchill continua seguido nas grandes nações.

E não apenas porque reconhecido como o maior estadista do Século XX. Afinal, ele teve na mesma época em que resistiu ao nazismo e manteve a dignidade da Inglaterra, a concorrência de outro notável personagem, Franklin Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos.

Lá mesmo, na Inglaterra, Margareth Thatcher ocuparia o endereço 'número 10' com a autoridades e a seriedade de Churchill.

Por oportuno, recorramos à figura de Richard Nixon. Que renunciou em 1974 ao cargo mais importante da terra, para não sofrer impeachment. Estava envolvido até a medula na invasão da sede do Partido Democrata, em Washington.

Mentira ao dizer que desconhecia a invasão. Desmascarado, entregou-se.

Ao se despedir, Nixon agradeceu aos funcionários da Casa Branca. Exaltou a seriedade de todos. Lembrou que a maioria estava ali desde o início do primeiro mandato dele (1969) e, sem exceção, continuavam com o mesmo patrimônio.

É impossível não associar ao Brasil de Collor, Lula, Dilma, Renan, Temer e outras 'celebridades' da política brasileira.