terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Bolsa bate novo recorde e fecha o dia com alta de 1,19%

Reuters
Um dia depois do governo jogar oficialmente a toalha pela reforma da Previdência, a Bolsa fechou o pregão superando sua máxima histórica, a 85.803 pontos, alta de 1,19%, com um giro financeiro (volume de ações negociadas) de R$ 12,34 bilhões.
Bolsa
A trajetória de alta da divisa norte-americana no mercado local acompanhou a cena externa. Foto: Gabriela Bilo/Estadao
O resultado do índice Ibovespa, que reúne as principais ações em comercialização da B3, se deu em meio aos comunicados das agências de classificação de risco que indicam um novo lote de rebaixamentos na nota de crédito do País. 
Flitch, Moody's e Austin emitiram notas ao mercado sinalizando que devem seguir o que já fez a S&P em janeiro, quando rebaixou de BB para BB- o rating do Brasil.
A reação positiva do mercado, na prática, foi possível, em primeiro lugar, graças a forte alta nas ações da Eletrobrás (alta de 8,65% nas ações ordinárias), estatal de energia que entrou para a berlinda nesta terça-feira após o governo colocar a privatização da elétrica na pauta da agenda alternativa à reforma da Previdência.
Os papéis da Petrobrás também avançaram de maneira importante, alta de 1,95% (PN) e 1,78% (ON). Em relatório, o Santander aponta que a estatal pode conseguir mais recursos se ampliar o modelo de parcerias internacionais para a atividade de refino de petróleo.
Na opinião dos analistas Christian Audi e Gustavo Allevato, a Petrobrás poderia levantar entre US$ 2 bilhões e US$ 8 bilhões se vendesse 30% da capacidade de suas refinarias, por exemplo. Além disso, a iniciativa reduziria o risco de uma eventual interferência governamental na companhia, principalmente na política de preços.
Fibria, com alta de 6,66%, e Suzano (+3,30%) continuaram a trajetória da segunda-feira, e ficaram entre os destaques positivos do Ibovespa. Na ponta negativa, destaque para Pão de Açúcar, após os resultados do quarto trimestre e mudanças na administração.
Ontem, as duas companhias admitiram que estão em discussões preliminares para uma fusão.
Pelos cálculos do Bradesco BBI, a fusão poderia gerar de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões em sinergias. "A indústria está no 'modo consolidação'. Os asiáticos estão claramente de olho na América do Sul como sua próxima fronteira para o crescimento do mercado de celulose, almejando garantir estoque para suas respectivas estratégicas de crescimento no segmento de papel. O recente movimento da Paper Excellence de comprar a Eldorado é um claro exemplo disso", observa o banco em relatório.
Dólar. O dólar fechou em alta e de volta ao patamar de R$ 3,25 nesta terça-feira, 20, acompanhando a cena externa e um dia depois de o governo ter jogado a toalha sobre a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem. O dólar avançou 0,63%, a R$ 3,2555 na venda, depois de fechar a véspera em alta de 0,43%.