sexta-feira, 25 de maio de 2018

Depois de cancelar encontro, Trump diz estar conversando com Coreia do Norte

Folha de São Paulo


WASHINGTON
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (25) que "estamos conversando agora" com a Coreia do Norte, um dia depois de cancelar o encontro com o ditador Kim Jong-un, que aconteceria no próximo dia 12 de junho.
O presidente dos EUA, Donald Trump, deixa a Casa Branca nesta sexta-feira (25)
O presidente dos EUA, Donald Trump, deixa a Casa Branca nesta sexta-feira (25)
Susan Walsh/Associated Press
"Todo mundo faz joguinhos", disse o republicano. Os comentários vêm depois de a Coreia do Norte ter dito, também nesta sexta-feira, que segue disposta a dialogar com os EUA.
Trump disse que é inclusive possível que a data de 12 de junho seja mantida. "Eles querem muito fazer [a reunião], nós também gostaríamos", disse o presidente.
Mais cedo, Trump havia dito no Twitter que a resposta da Coreia do Norte à sua carta do dia anterior cancelando a reunião havia sido "calorosa e produtiva". Na carta, o presidente havia condenado a "tremenda raiva e hostilidade aberta" de Pyongyang.
O tom dos dois lados era mais leve nesta sexta. "Reiteramos aos Estados Unidos a nossa disposição de nos sentar frente a frente a qualquer momento para resolver o problema", disse im Kye-gwan, vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, em um comunicado publicado pela agência oficial KCNA. Ele afirmou ainda que o próprio ditador "também disse que uma reunião com o presidente Trump poderia representar um bom começo e dedicou esforços para prepará-los."
O cancelamento da reunião por Trump nesta quinta-feira (24) vem depois de semanas de idas e vindas entre os países sobre os termos do encontro. 
Na quinta, a Coreia do Norte anunciou a destruição de um local de testes nucleares, mas nos últimos dias declarações de autoridades de Pyongyang vinham mostrando frustração com a completa desnuclearização exigida pelos EUA.
A Casa Branca também vem mandando sinais contraditórios; horas depois do cancelamento da reunião, Trump disse acreditar que Kim Jong-un "quer fazer a coisa certa". Mas autoridades do governo dizem que Pyongyang vem voltando atrás em promessas antes do encontro entre os líderes —os EUA queriam, por exemplo, a presença de inspetores na destruição do local de testes nucleares, mas a Coreia do Norte só permitiu a presença de jornalistas.